Todos os dias eu levo e trago o Vítor da escola. É um percurso de aproximadamente 15 minutos, no qual em um momento preciso atravessar uma BR em pleno horário de rush para poder pegar o retorno. Acredito que isso explique bem porque nem sempre estou disposta a responder perguntas que exijam respostas muito elaboradas.
É, porque corro o risco de parecer uma mãe exagerada, mas a verdade é que o Vítor tem cinco anos mas as perguntas dele as vezes são bem difíceis. E não adianta me dizerem que eu é que quero dar as respostas elaboradas não. Eu não quero nada, queria era dizer aham e pronto. Ele é um poço sem fundo pro conhecimento, dá nó em pingo d'água e exige ao máximo até das professoras. Basta dizer que ele é o único da sala dele que já está lendo. Além dele, só um outro coleguinha vai seguir o mesmo caminho até o final do ano. Lembrando que a professora tinha me dito que no ritmo que ele estava seguindo, seria no final do ano que ele estaria começando a ler...
Bem, mas vamos voltar ao motivo deste post. Estávamos voltando da escola hoje e ele começa com as perguntas:
- Se a mãe vai ao médico e descobre que o bebê não está bem, o que ela faz?
- Dependendo do caso, o médico resolve tirar logo o bebê da barriga. Muitas vezes ele sobrevive e não tem mais problema.
- Aí o bebê vai praquele negócio, né? A incubadora?
- É.
- Que eu sei o que é. É um aquário de bebês.
- Como assim?
- Não é cheio de água, que nem a barriga da mãe?
- Não, é um bercinho de vidro, com dois buracos do lado pras enfermeiras cuidarem do bebê.
- Mas a Alice já vai saber nadar quando nascer, né?
- Não, ela não vai. Mais tarde ela vai aprender, como você está aprendendo.
- Ué, mas ela não tá no meio do líquido na sua barriga?
- Está, mas lá dentro ela não respira. E aqui fora se ela for pra água vai ter que aprender a não respirar a água.
(pausa explicativa: vou pular aqui o pedaço em que explique como os cães já nascem sabendo nadar e o que é instinto, pq senão o post vai virar é livro e vou sair muito do assunto)
- E quando é que ela vai respirar? Ela não respira na sua barriga????
- Não. Eu respiro por nós duas.
- Como???
(pausa de novo. Vou pular também o pedaço em que explico como o ar que eu respiro vai pro sangue e etc e tal)
- Você lembra do cordão umbilical? Pois é. O sangue que leva o alimento pra ela, leva também o ar.
- Ah. Respirar é muito importante, né mamãe?
E eu aliviada porque parecia que o interrogatório finalmente tinha acabado:
- É, muito importante...
Graças a Deus ele não me perguntou porque o ar que a gente coloca pra fora é "sujo" (ele até chegou a perguntar se era como o que acontece com o cocô - que foi outra longa conversa), porque eu não estava nem um pouco afim de entrar nos conhecimentos de química, CO2 e tudo o mais! kkkk
E pra quem acha que realmente estou exagerando, que o menino não quer saber tudo isso não, agora tenho testemunhas. Já faz um tempo que ele anda me bombardeando com perguntas sobre polícia, coisas "simples" do tipo "Qual a diferença entre a Polícia Civil e a Militar", "por que a polícia militar não tem delegacia" e "o que faz a polícia federal". Aliás, ele anda paranóico com policiais, não pode ver um na rua que fica dando tchau desesperadamente, tô vendo a hora em que um vai me parar pra perguntar se não estou sequestrando esta criança. Acontece que o padrinho dele é policial e eu já ando avisando há um tempo que vou passar a peteca pra ele. Acho que ele não me levou muito a sério, porque quando veio aqui em casa e eu falei novamente, fez um sorriso do tipo "vai ser moleza" e colocou o Vítor no colo. Veio a primeira pergunta:
- Por que na sirene do carro de polícia, do lado das luzes azuis e vermelhas, tem uma outra luz redonda?
(e eu pensando: tem?? interessante, nunca vi!! kkk Mas fiquei quieta)
E o padrinho explica, pacientemente. Me distraí da conversa deles e de vez em quando eu ouvia uma ou outra questão, tipo "e a Polícia Especial faz o quê?". E fui reparando que o semblante do padrinho já era outro, como um professor se esforçando para procurar o melhor jeito de explicar algo a um aluno. Me deu vontade de rir. Mais tarde, vejo o padrinho falando pro meu pai:
- As perguntas dele foram passando do nível 1 pro nível 2, depois pro 3...
No final o menino já estava convidado pra conhecer o Batalhão em que o padrinho trabalha. E eu estou há exatos 3 dias sem ouvir nem uma perguntinha sobre polícia, que bom! :-)
Meu único medo é que, se as coisas estão assim agora, acho que daqui a alguns anos vou ter que andar com uma enciclopédia a tiracolo!
É, porque corro o risco de parecer uma mãe exagerada, mas a verdade é que o Vítor tem cinco anos mas as perguntas dele as vezes são bem difíceis. E não adianta me dizerem que eu é que quero dar as respostas elaboradas não. Eu não quero nada, queria era dizer aham e pronto. Ele é um poço sem fundo pro conhecimento, dá nó em pingo d'água e exige ao máximo até das professoras. Basta dizer que ele é o único da sala dele que já está lendo. Além dele, só um outro coleguinha vai seguir o mesmo caminho até o final do ano. Lembrando que a professora tinha me dito que no ritmo que ele estava seguindo, seria no final do ano que ele estaria começando a ler...
Bem, mas vamos voltar ao motivo deste post. Estávamos voltando da escola hoje e ele começa com as perguntas:
- Se a mãe vai ao médico e descobre que o bebê não está bem, o que ela faz?
- Dependendo do caso, o médico resolve tirar logo o bebê da barriga. Muitas vezes ele sobrevive e não tem mais problema.
- Aí o bebê vai praquele negócio, né? A incubadora?
- É.
- Que eu sei o que é. É um aquário de bebês.
- Como assim?
- Não é cheio de água, que nem a barriga da mãe?
- Não, é um bercinho de vidro, com dois buracos do lado pras enfermeiras cuidarem do bebê.
- Mas a Alice já vai saber nadar quando nascer, né?
- Não, ela não vai. Mais tarde ela vai aprender, como você está aprendendo.
- Ué, mas ela não tá no meio do líquido na sua barriga?
- Está, mas lá dentro ela não respira. E aqui fora se ela for pra água vai ter que aprender a não respirar a água.
(pausa explicativa: vou pular aqui o pedaço em que explique como os cães já nascem sabendo nadar e o que é instinto, pq senão o post vai virar é livro e vou sair muito do assunto)
- E quando é que ela vai respirar? Ela não respira na sua barriga????
- Não. Eu respiro por nós duas.
- Como???
(pausa de novo. Vou pular também o pedaço em que explico como o ar que eu respiro vai pro sangue e etc e tal)
- Você lembra do cordão umbilical? Pois é. O sangue que leva o alimento pra ela, leva também o ar.
- Ah. Respirar é muito importante, né mamãe?
E eu aliviada porque parecia que o interrogatório finalmente tinha acabado:
- É, muito importante...
Graças a Deus ele não me perguntou porque o ar que a gente coloca pra fora é "sujo" (ele até chegou a perguntar se era como o que acontece com o cocô - que foi outra longa conversa), porque eu não estava nem um pouco afim de entrar nos conhecimentos de química, CO2 e tudo o mais! kkkk
E pra quem acha que realmente estou exagerando, que o menino não quer saber tudo isso não, agora tenho testemunhas. Já faz um tempo que ele anda me bombardeando com perguntas sobre polícia, coisas "simples" do tipo "Qual a diferença entre a Polícia Civil e a Militar", "por que a polícia militar não tem delegacia" e "o que faz a polícia federal". Aliás, ele anda paranóico com policiais, não pode ver um na rua que fica dando tchau desesperadamente, tô vendo a hora em que um vai me parar pra perguntar se não estou sequestrando esta criança. Acontece que o padrinho dele é policial e eu já ando avisando há um tempo que vou passar a peteca pra ele. Acho que ele não me levou muito a sério, porque quando veio aqui em casa e eu falei novamente, fez um sorriso do tipo "vai ser moleza" e colocou o Vítor no colo. Veio a primeira pergunta:
- Por que na sirene do carro de polícia, do lado das luzes azuis e vermelhas, tem uma outra luz redonda?
(e eu pensando: tem?? interessante, nunca vi!! kkk Mas fiquei quieta)
E o padrinho explica, pacientemente. Me distraí da conversa deles e de vez em quando eu ouvia uma ou outra questão, tipo "e a Polícia Especial faz o quê?". E fui reparando que o semblante do padrinho já era outro, como um professor se esforçando para procurar o melhor jeito de explicar algo a um aluno. Me deu vontade de rir. Mais tarde, vejo o padrinho falando pro meu pai:
- As perguntas dele foram passando do nível 1 pro nível 2, depois pro 3...
No final o menino já estava convidado pra conhecer o Batalhão em que o padrinho trabalha. E eu estou há exatos 3 dias sem ouvir nem uma perguntinha sobre polícia, que bom! :-)
Meu único medo é que, se as coisas estão assim agora, acho que daqui a alguns anos vou ter que andar com uma enciclopédia a tiracolo!
3 comentários:
Tá parecendo aquela música "8 anos", já ouviu?
Por que os ossos doem
Enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?
Por que os dedos murcham
Quando estou no banho?
Por que as ruas enchem
Quando está chovendo?
Quanto é mil trilhões
Vezes infinito?
Quem é Jesus Cristo?
Onde estão meus primos?
Por que o fogo queima?
Por que a lua é branca?
Por que a terra roda?
Por que deitar agora?
Por que as cobras matam?
Por que o vidro embaça?
Por que você se pinta?
Por que o tempo passa?
Por que que a gente espirra?
Por que as unhas crescem?
Por que o sangue corre?
Por que que a gente morre?
Do que é feita a nuvem?
Do que é feita a neve?
Como é que se escreve
Re...vèi...llon
É uma ferinha. Adorei teu blog.
Estou te seguindo.
Estou virando Tentante apartir de setembro.
Bj
Que máximo esse Vitor! Estou aqui, pesquisando sobre gravidez e mesmo tendo feito exame que deu negativo hoje, apreensiva, me deparo com esse post, e vejo, que quando tiver meu pimpolho, vou aprender muito, com ele.
Boa sorte à você, Alice e Vitor.
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