No fim de 2007 tive um problema de resistência à insulina. É um passo para chegar à intolerância a glicose e, logo depois, à diabetes. Lutei muito para reverter esse quadro e aprendi muito sobre light e diet, porque fui totalmente proibida de ingerir açúcar. E o pior é descobrir que, por falta de regulamentação, a gente muitas vezes paga caro por algo que não tem absolutamente nada demais.
Ao engravidar, sofri um pouco no início, porque como não era recomendado tomar adoçantes (só a sucralose, que é super difícil de achar em produtos industrializados), tive muitos gases por causa do açúcar que fermentava em mim. Mas logo me adaptei e, no começo, meus índices de glicose estavam excelentes.
Mas entre a 24 e a 29 semana, a placenta começa a produzir um hormônio anti-insulina, o que pode causar na grávida pré-disposta a intolerância à glicose e a diabetes gestacional - o que está sendo o meu caso. E aí, como agir?
De acordo com a minha nutricionista, os únicos totalmente liberados são os naturais, como a sucralose (derivado da cana), a frutose (de frutas), a stévia (de uma planta) e a lactose (do leite). Depois disso, ainda dá pra usar, em casos isolados, o aspartame. Evitar a todo custo o ciclamato e a sacarina (derivados de petróleo).
E você deve estar se perguntando qual é o mistério, enfim. Acontece que o Brasil não tem regulamentação para os produtos lights e diets, o que faz com que tudo vire uma grande bagunça. Quer um exemplo? Se você não pode ingerir açúcar, fica muito complicado tomar iogurte. A maior parte das marcas existentes no mercado se dizem lights simplesmente porque usam leite desnatado. Raras trocam o açúcar por adoçante. E eu ainda não descobri uma que use sucralose, o que significa que eu não posso tomar iogurte nenhum. Como adoro, estou comprando coalhada e adoçando eu mesma.
O light então seria aquele produto que, de um modo ou de outro, reduziu calorias. Não interessa se foram 10 ou 100 calorias. As barras de cereais, por exemplo. Eu pagava mais caro por uma barra light até começar a ler o rótulo com atenção e ver que a diferença entre ela e uma barra normal era de aproximadamente 10 calorias. A normal tinha 110 e a light tinha 100, ou 90.
E o diet? Teoricamente, o que é diet não pode ter açúcar. Seriam produtos destinados, por exemplo, aos diabéticos. Por isso, nem sempre os produtos diets servem para emagrecer. O chocolate diet por exemplo, é muito mais calórico do que o normal, porque para compensar a retirada do açúcar é preciso aumentar muito a gordura do produto. Não é para emagrecer, é para que um diabético não precise se privar de comer chocolate.
Aprendi então que o segredo é ler o rótulo com muita atenção. Fazendo isso descobri muitos pães integrais que não eram tão integrais assim, iogurtes que eu jurava que não continham açúcar (como o Molico, que eu adoro), que só uma marca de produtos do tipo Danette que são lights realmente não usa açúcar, que é muito raro achar um suco que use sucralose, que é impossível achar um sorvete que use sucralose (e é quase impossível achar um que use adoçante).
Por sinal, demorei pra descobrir a sucralose. Achei que todo açúcar light era sucralose, mas também é uma bagunça. Cada um tem uma fórmula diferente e um preço diferente. Aquele Magro usa sacarina sódica e ciclamato sódico. O Açúcar Light União mistura sacarose com sucralose. O Línea é só sucralose, mas em pó vem em envelopinhos, um saco abrir um por um. Tem o culinário, que vem numa embalagem maior, mas é caro e não dura muito. Tenho então utilizado o da União mesmo, mas também ninguém aqui em casa mais usa outra coisa. rs
Bem, agora é ficar firme pra garantir a saúde da minha baixinha. Porque se eu evoluir pra diabetes gestacional ela pode ter macrossomia e sofrer de hipoglicemia ao nascer (o pancreas dela está produzindo muita insulina por causa do meu sangue. Mas qdo ela nascer não vai mais receber o meu sangue e aí pode dar queda na glicose). E é claro que eu não vou querer que isso aconteça, então estou me esforçando bastante!
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