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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Faz um bom tempo que estou com este post na cabeça, mas eram tantas idéias que até chegar aqui ia demorar um pouco. Até porque eu queria colocar primeiro um lindo post que o Gu fez sobre a gravidez, mas percebi que este é um momento muito bom para falar sobre isso. Em parte por causa de uma pessoa que fez um comentário infeliz em um grupo que fazemos parte no twitter, onde nos entitulamos #clubedabarriga e #turmadabarriga. E esse comentário infeliz magoou muita gente e causou grande furor nas nossas discussões - e com razão.

Quero deixar bem claro que não sou psicóloga, médica ou qualquer outra especialidade apta a avaliar profissionalmente esta situação. Tudo o que eu vou falar aqui vem da minha própria experiência, de uma gravidez anterior, de mãe e dessa gravidez. Além do mais, não acho que minha opinião seja universal ou onipotente. Tenho plena convicção de que muitas pessoas não vão concordar comigo e não tenho problema nenhum quanto a isso. Só peço que, se forem se manifestar, por favor sejam educados.

Mas chegando enfim ao assunto, já faz algum tempo que temos, no País, um grande embate entre o parto normal e o parto cesariano. O que deveria ser apenas uma questão de foro íntimo, uma escolha pessoal, acabou virando uma guerra entre as mulheres, com direito a defensores radicais dos dois lados. E, claro, tem causado muita mágoa e frustração em muitas e muitas mulheres.

É fato que a cesárea no País tem alcançado índices alarmantes. É fato também que a maior parte dos médicos prefere abertamente a cesárea, principalmente pela rapidez e praticidade que é para eles. Também não é segredo que as informações sobre o parto normal são escassas e que as mulheres são facilmente "enganadas" pelas desculpas esfarrapadas dos médicos.

Acontece que fazer como o governo fez e colocar uma mera propagandazinha com uma famosa dizendo que o parto normal é muito melhor para a mulher não vai convencer ninguém a desistir de uma cesárea. Por que ela faria isso, se eles não acrescentaram informação nenhuma, nada que esclareça de verdade as dúvidas das pobres grávidas que ficam no meio desse fogo cruzado.

Eu sei que pouco posso dizer do parto normal, só o que minha mãe me conta do meu e do da minha irmã (ela era ótima: sentia dor, ia pro hospital e praticamente cuspia o bebê) e o que algumas conhecidas me dizem. O Vítor nasceu por meio de uma cesárea, mesmo depois que eu me informei muito sobre as duas opções. Mas isso é uma outra história, longa, que eu conto depois.

Vamos voltar ao princípio. Quando te falam de parto normal, qual é a primeira coisa que vem à sua cabeça? Aposto que é uma cena de filme ou de novela, a mulher urrando que nem uma louca, não é? Dá pra acreditar que pode ser de outro jeito, se ninguém nunca nos mostra o outro lado da coisa?

Acontece que vivemos em uma sociedade que não suporta sentir dor. Desde pequenos somos ensinados: tá com dor de cabeça? Tome um doril. Tá com febre? Tome uma dipirona. Chegamos a um ponto em que, se temos uma decepção amorosa grande, ou sofremos a perda de um ente querido, nos indicam um antidepressivo, mesmo que temporariamente. Nós não somos ensinados a lidar com as nossas dores, nem físicas, nem morais. Há um tempo saiu uma reportagem muito boa sobre isso em uma revista, como Veja ou IstoÉ, mas não consegui achar nas minhas buscas pela internet.

No meio de tudo isso, vem a história do parto normal. Como é que podem nos culpar?? Tudo o que sabemos desse tipo de parto é que dói, muito. E não fomos ensinadas a lidar com a dor, como querem que entremos de cabeça sem questionar, sem sentir medo? Sim, algumas vezes somos informadas de que é melhor para o bebê, que é natural, que nosso corpo saberá o que fazer. Mas só isso não são informações suficientes para superar uma vida inteira de aprendizado que tivemos antes.

E então, somos massacradas por ter medo. Como assim?? Quer dizer que a vida inteira somos ensinadas que existem remédios para todos os tipos de dores, mas na hora de sentir o que todos falam que é a maior dor que uma mulher pode sentir, temos que ser bravas e corajosas? E mais: sabendo que existe um método praticamente indolor, como tudo o mais que aprendemos antes.

Não vai adiantar dizer que a recuperação da cesárea é horrorosa, que ficar amarrada na mesa de cirurgia é desumano e etc e tal. Porque existem outras pessoas que passaram por essa experiência e nos mostram que não é tão horrível assim (eu sou uma delas). O medo que muitas mulheres sentem de não suportar a dor é MUITO maior do que tudo isso.

Aí vem a pior parte. Além de termos medo, somos obrigadas a calar nosso medo, porque somos execradas se dizemos que optamos pela cesárea. Dizer que marcou uma "cesárea eletiva" hoje em dia é quase que o mesmo que dizer a um católico de antigamente que você tem um pacto com o diabo. E muitas mulheres acabam se enganando, dizendo coisas com as quais absolutamente não concordam somente pelo medo desse massacre que é feito.

Eu, particularmente, gosto da idéia do parto normal. Mas serei MUITO sincera aqui, mais do nunca: tenho muito medo. E olha que me considero uma pessoa esclarecida, tenho vários livros sobre parto normal, já participei de muitos fóruns de discussão, sei o que é e o que não é motivo para uma cesárea. Mas não sei o principal: qual é o meu limiar de dor. E pensar que a dor pode ultrapassar esse limiar, ser mais do que eu posso aguentar, me aterroriza. Por isso, sei que tudo o que quero agora é esperar entrar em trabalho de parto, isso é o importante pra mim. O resto? Não sei, vou esperar pra ver na hora. Mas tenho convicção de que posso fazer isso, porque me informei o suficiente pra saber o que fazer. E não vou me sentir culpada em nenhumas das opções. Isso é o mais importante pra mim.

Sei que não sou ninguém pra dizer o que vocês devem ou não fazer. Mas se posso dar um conselho (que pode ser jogado fora se não encaixar nas suas vidas) é: informem-se. Leiam tudo o que puderem sobre o parto normal e sobre a cesárea. Não importa se estão no primeiro ou no último mês de gravidez, nunca é tarde demais pra fazer isso. E ao tomarem suas decisões, não deixem que pessoas de fora interfiram nela. Não tomem suas decisões pensando no que os outros vão dizer, não tomem suas decisões por medo de serem criticadas. Encarem isso como a primeira das muitas provas pelas quais vocês irão passar depois que o bebê nascer. Porque não se enganem, vocês serão criticadas, muitas e muitas vezes, pelo jeito que educam seus filhos. Não interessa que jeito é esse, sempre vai ter alguém para criticar. E vai ser a hora de praticar o "sorriam e acenem".

Sabem qual é a melhor decisão? Aquela que se encaixa melhor no seu jeito de ser, na sua filosofia de vida. A melhor decisão é aquela na qual você tem firmeza, aquela que sai do seu coração. Afinal, vai essa vai ser uma das primeiras decisões que você terá que tomar na vida do seu filho, é a transição da vida de filha para a vida de mãe. Você será responsável por uma vida, dela depende as suas decisões. Então, pese muito bem os valores pelos quais esta decisão será tomada.

E pra quem criticar o que você decidir? Ah, simplesmente sorria e acene!!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma descoberta

Hoje passei o dia mal humorada. Em parte eu achava que era sem motivo, algo hormonal. Em parte foi a falta de paciência com pessoas com as quais a gente precisa explicar a mesma coisa 10 vezes e, no fim das contas, elas continuam entendendo tudo errado. Como é que se desenha pelo msn e pelo telefone? Complicado!!

Bem, mas voltando ao assunto, passei o dia mal humorada, morrendo de calor e cheia de trabalho pra fazer. Ao final do dia eu estava sem saco nenhum de cozinhar pra mim mesma, com enxaqueca e me sentindo insuportável. Me segurei ao máximo pra não descontar no pobre do Vítor, que não tem culpa nenhuma do babado e ainda consegui ler uma historinha pra ele antes de dormir. Aliás, abre um parêntes aqui:

Se tem alguém que não merece que eu desconte alguma coisa é ele, pobrezinho, que tem me ajudado pra caramba nas coisas, principalmente pra lavar roupa. Carrega o cesto de roupa suja pra fora, me ajuda a separar as roupas claras das escuras, separa as meias do Gu pra que eu possa colocar de molho. Depois me ajuda a tirar as roupas da máquina e vai colocando na bordinha (eu não alcanço o fundo da máquina - e ele alcança com banquinho rs) pra que eu pegue e estenda. Isso não é um filho, é um anjo. Pronto, já tô até emocionada... E fecha o parênteses.

Continuando, marido ligou antes de vir pra casa e pergunta se quero alguma coisa. Eu - claro, já choramingando - digo que quero remédio pra minha enxaqueca e qualquer coisa pra comer que eu não precise fazer. Qualquer coisa! Ele ainda demorou um pouco pra alcançar e, gentilmente, quis me fazer participar do processo do escolha, coitado. Não tão gentilmente - lembrem-se de que minha cota de paciência hoje já tinha se esgotado há MUITO tempo - eu expliquei que ele podia trazer o que quisesse, que até podia vir pra casa e cozinhar, que eu comeria QUALQUER COISA, desde que eu não tivesse que fazer.

Ele chegou, eu comi, tomei o remédio e deitamos pra ver tv. Conversamos muito, rimos, ele bateu papo com a Alice e, em menos de meia hora, eu estava outra. E descobri qual era o meu problema: solidão. Eu passo o dia inteiro falando com os meus colegas de trabalho - por e-mail e msn. Passo o dia falando com outras 10 ou 20 grávidas - pelo twitter. Mas passo o dia sozinha e praticamente calada (eu passo o meu dia como estou nessa foto aí do lado). E se considerarmos que ele tem viajado bastante a serviço e que muitas vezes eu passo dias inteiros nos quais a única pessoa que eu tenho pra conversar é o Vítor - que pode ser uma ótima companhia, mas que continua sendo uma criança - podemos considerar que eu ando um tanto quanto isolada do mundo.

O que eu posso fazer? Pouca coisa. Ele precisa trabalhar, ainda mais porque já andei dando umas pressionadas e falando que na semana que a Alice nascer, quero-o por inteiro aqui, nada de trabalho. Eu não posso voltar pro Diretório - a última vez que fui lá por dois dias seguidos peguei uma bela gripe, estou com anemia e com a minha imunidade ainda mais baixa do que a de uma grávida qualquer. O jeito é ter paciência e esperar, porque falta pouquinho...

sábado, 5 de setembro de 2009

Lidando com as decepções do Vítor

Na maior parte do tempo, a gente por aqui nem lembra que o Vítor tem um pai, outro pai que não é o Gustavo. Normalmente, só eu é que sou obrigada a lembrar disso, quando acontecem alguns incidentes desagradáveis (seria mais correto chamar de "palhaçadas"). Afinal, é isso que acontece quando um pai vê o filho de 15 em 15 dias, por cerca de 4 horas e durante o resto dos dias é completamente ausente. E durante toda a vida do Vítor foi assim. Uma vez ele se mudou de cidade e ficou cerca de um ano sem dar nem um sinal de vida.

Nunca me preocupei com isso, porque o Vítor nunca se incomodou. Mas agora ele está ficando grande e a diferença está começando a pesar. Não que ele sinta falta de ficar mais tempo com o pai. Na verdade, ele não sente falta absolutamente nenhuma. As tias da escola se surpreenderam ao saber que o verdadeiro pai do Vítor existia, pq ele nunca se referiu a ele, nem uma vezinha. A diferença está vindo dos valores, da criação. E me dói o coração ver meu filho sentir essas coisas.

Aqui em casa, Gu temos uma espécie de código: a gente não mente para o Vítor. Claro, tem as mentirinhas de sempre, do tipo "pode comer que não tem cebola", "não, isso não é suco de cenoura", ou "pode ir dormir que eu também já tô indo". O que estou querendo dizer é que não prometemos aquilo que sabemos que não iremos poder cumprir. Se o brinquedo é caro, não dizemos "vou te dar" e ficamos enrolando o menino. Dizemos "olha, o brinquedo é caro e não temos dinheiro. Se um dia a gente puder, tudo bem. Enquanto isso, não quer ver se achamos outro mais barato?". Graças a Deus, temos um filho abençoado, muito inteligente, que sempre concorda e achamos outra opção que agrade a todos (ele e o nosso bolso). Se ele quer ir ao parque de diversões e não temos dinheiro, falamos: "agora não dá, estamos sem dinheiro. Mas qdo recebermos o salário te levamos. Se vc não aprontar nada errado até lá, claro". Ele se comporta direitinho (na medida do possível, claro) e nós cumprimos a promessa.

Acontece que o pai biológico dele não segue a mesma linha. Um dos primeiros problemas que tivemos sobre o assunto foi uma vez em que o Vítor pediu para ir ao parque de diversões e a resposta foi: hoje tá fechado. Mas não foi simplesmente assim. Teve toda uma encenação, de fingir que ligava para o parque e descobrir que estava fechado. Quando o Vítor me contou, percebi logo a jogada e fiquei indignada, mas me segurei e não falei absolutamente nada. Acontece que uns dias depois ele comentou na escola e os amiguinhos desmentiram. Não sei exatamente o que aconteceu, mas devem ter chamado o pai dele de mentiroso. Vítor ficou arrasado e comentou comigo, que falei pra ele não ligar pra essas coisas, que não ficasse esperando muito do pai dele, que quando quisesse alguma coisa, falasse comigo. Mesmo assim, na próxima visita ele lembrou e falou pro pai dele. A resposta: mentirosa é sua mãe. Super didático, impressionante. Ainda me mete no meio da sujeirada dele.

Nesse meio tempo já aconteceram outros problemas, mas tenho relevado e procuro ao máximo não me meter. Podem me acusar do que for, mas nunca falei mal do pai dele pra ele. Se ele vai se decepcionar, vai ser pelos próprios olhos e ouvidos. Afinal, eu não preciso dar corda pra ninguém se enforcar. Ele faz isso sozinho. Inclusive porque o Vítor já me contou algumas coisas que eu sei que são verdade - conheço bem meu filho, sei qdo está inventando e qdo está relatando e quando falei para o pai dele, a resposta foi: ele está inventando. Resumo: acusa o próprio filho de ser mentiroso.

Mas o que motivou esse post foi algo que o Vítor disse hoje, quando voltou da visita. Um comentário simples, mas que vi ser recheado de mágoa. Não aconteceu nada de mais, não foi um grande problema. Mas foi mais uma mentira e o Vítor não é bobo. Por algum motivo - talvez para convencer o menino a ir, já que ele hoje não queria ir - o pai prometeu um novo dvd do Pica-Pau. E, por algum motivo (embora não me surpreenda nada) ele não cumpriu. Vítor chegou aqui no meu quarto e disse: mãe, porque meu pai é tão mentiroso? Dava pra ver que ele não estava acusando, reclamando, nada. Somente constatando, desapontado. Dá pra imaginar a saia justa? Sorte que o Gustavo estava comigo e demos uma dourada na pílula, dissemos que talvez ele tenha esquecido e coisa e tal. Reforçamos novamente que, cada vez que ele quiser alguma coisa, fale diretamente com a gente, que se ele estiver merecendo e nós tivermos dinheiro, ele vai ter. E aproveitamos pra dizer pra não esperar muito do pai dele, pra não ficar triste depois. Que falasse conosco e a gente ia ver o que poderia ser feito.

Tenho plena consciência de que, uma hora, não vou conseguir mais proteger meu filho da decepção. Bem, pelo menos não poderei também ser culpada de construir uma linda imagem de pai, porque se não falo mal dele, tampouco falo bem também. Seria pedir demais de mim depois de tudo o que ele fez comigo - que não foi pouco. Se tenho que elogiar alguém por ser pai e se tenho que construir uma boa imagem de pai, esse mérito vai todo para o Gu, que chegou em nossa vida qdo o Vítor tinha um ano e meio e de lá pra cá ele saiu da completa ignorância (de não saber mesmo) sobre como criar uma criança, para um verdadeiro comportamento de pai. Me orgulha ver meu amor educando o Vítor, do jeito que ele sabe, errando muitas vezes, mas sempre com muito carinho e muito amor. Na verdade, ele tem mais paciência que eu na maioria das vezes. Hoje, por exemplo, passou 1 hora e meia ensinando o Vítor a jogar xadrez. Eu teria desistido nos primeiros 15 minutos, confesso.

De qualquer modo, paciência. A vida é assim mesmo. Só vai me restar pegar meu pequeno no colo, beijá-lo e abraçá-lo muito no dia em que as coisas se mostrarem como elas realmente são. O que tiver de ser, será...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Eu ando meio que fugindo de escrever aqui esses dias. Passei batido os oito meses que completamos na semana passada. Mas é que acho que há algo errado com meus hormônios, ando me sentindo meio deprimida, mais do que o normal para uma pessoa grávida. Estou me sentindo cansada, enjoada, com muito sono, sem vontade de comer, sem vontade de sair... Amanhã tenho uma consulta com minha GO, vou conversar com ela e falar dos sintomas, vamos ver o que ela acha, li que nesta fase da gravidez é comum aparecer uma espécie de depressão gestacional, puramente hormonal e controlável.

As vezes fico me perguntando se pode ser isso ou se não é mesmo a situação toda que me deixa assim, meio "down". Trabalhar em casa pode ser bom porque me desgasto menos, mas também tenho menos contato com as pessoas. Além do mais, umas coisas que aconteceram lá me deixaram bem chateada e decepcionada. Um dos advogados queria por que queria usar o meu micro (só servia o meu), sendo que estávamos na véspera do lançamento de nossa nova página, eu estava atolada de serviço, no meio de um backup, com o publicador da página aberto e ao telefone com meu chefe e com o cara que fez a página. Foi um show, ele gritou comigo e até me ameaçou de demissão. Uma beleza. O bom é que você acha que apareceu alguém pra me defender? Que nada. Verdade seja dita que nem eu falei nada, não ia adiantar. O cara estava transtornado e se acha o dono da razão, o que eu poderia dizer que iria mudar a situação. O que mais me chateou é que ele não tinha direito de me tratar assim em situação nenhuma, imagina estando grávida de 8 meses. E, tirando o meu chefe direto, que me pediu milhões de desculpas (sendo que ele sempre foi educadíssimo comigo), ninguém mais se manifestou e parece que vai ficar por isso mesmo, terminar em pizza.

Outra coisa que anda me deixando muito triste é a postura dos pais do Gu. Não que eu achasse que algo fosse mudar depois da gravidez, afinal eles nunca gostaram mesmo de mim. Aliás, falei ontem pra ele: também, você foi escolher a dedo a pessoa que mais irritaria sua família, né? Mais velha, com um filho, que não é rica e ainda por cima, preta! :-) Pelo menos percebo que nem todo o meu humor foi embora ainda. Mas voltando à vaca fria, essa situação que não muda nunca já me cansou. Todas as vezes eu sou forçada (por mim mesma) a esquecer todas as ofensas do passado e ir lá, tentar um recomeço. E todas as vezes ouço a promessa de que "dessa vez vai ser diferente". E, claro, nunca é diferente. Chega ao cúmulo deles acharem que nós é que temos que ir lá (eles moram no interior de São Paulo) para visitá-los, sendo que eles nunca vieram aqui nos visitar! Foram capazes de ir a Caldas Novas, que fica aqui do lado, e nem passar aqui pra ver o próprio filho. Nós é que temos que ir lá. Gravidez de 8 meses?? Que isso, não é problema! Passar umas 10 horas dentro de um ônibus neste estado?? Que nada! Gripe suína?? Besteira!! E, no frigir dos ovos, a culpa - claro - é sempre minha. Porque sou eu a intransigente, mesmo tendo escutado absurdos incríveis sobre mim e mesmo assim ter feito de conta que nada aconteceu e ainda ter ido lá, por amor ao Gustavo. Sorte que pelo menos as coisas falam por si só e o Gu não precisa que eu fale nada para que ele veja a verdade. Sorte que tenho um marido maravilhoso, que está ao meu lado. Mas tudo isso me deixa muito triste, inclusive ver a dor que isso causa nele, a indiferença dos pais quanto à nossa filha, a primeira neta deles.

Bem, mas seja lá o que for, hormonal ou com razão, sei que vou ver o que é possível fazer pra me sentir um pouco mais disposta. Afinal, estou na reta final e agora preciso de toda a energia possível! O desabafo aqui foi providencial, porque ando com isso entalado na garganta há dias.

Prometo que vou tentar, nos próximos dias, trazer uns posts mais alegrinhos. Se Deus quiser, isso estará refletindo o meu humor!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mais rapidinhas

Primeiro, vou me "vingar" da faxineira e dedurar aqui o que ela faz:


- Fulana, procura tal coisa pra mim.


- Eu não sei onde tá.


- Eu sei que você não sabe, mas tô te pedindo pra procurar.


- A senhora sabe mais ou menos onde está?


E eu penso: se eu soubesse, ia procurar eu mesma. Ao contar a história pro Gustavo, ele diz que eu devia ter dito que sabia, pra ela ir procurando e eu ia dizendo se tava quente ou frio...


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Mais uma: o condomínio tá em racionamento de água, entre as 12 e as 18 horas. Gustavo avisa a ela pra fazer tudo que envolva água antes do meio dia. Dá uns minutos e ela vem me perguntar se eu acho que ela deve lavar o quintal de manhã. Eu respiro fundo pra não rir e digo que só vai ter água de manhã, pra ela lavar tudo o que tiver que lavar nesse horário. E aí me vem a pérola:


- É que eu sempre faço tudo de manhã, mas lavo o quintal às 14 horas. Acho que é melhor então eu lavar de manhã, né?


(Acho que se eu dissesse que não achava melhor, ela ia inventar a lavagem a seco de quintal)


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Vítor só assiste Discovery Kids. Mas agora, na hora de dormir, ele diz que vai começar a novela dele: a Caminho da Cama.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vida de mãe grávida

Quando você fica grávida do primeiro filho já é dose conciliar trabalho, casa e gravidez. Some-se então a essa receita o seu primeiro filho e imagine o que vai dar.

Pois é. Eu chego em casa um caco e tenho que responder um trilhão de perguntas. Aliás, que nada! Eu tenho que responder um trilhão de perguntas de manhã quando levo pra escola, de noite quando trago da escola e até o último minuto antes que de fechar a porta e dizer boa noite.

Já experimentou cruzar uma BR pra pegar o retorno na hora do rush? Já tentou fazer isso enquanto seu filho te pergunta porque a jeito da sirene da polícia piscar é diferente do jeito da ambulância? E já tentou fazer tudo isso estando grávida? Pois é, tem hora que baixa a ditadura no carro e é proibido fazer perguntas.

Graças a Deus a fase mais terrível do sono passou. Porque nessa fase era assim: eu colocava um dvd na televisão, fazia ele vir pra minha cama, ele assistia e eu dormia. Se tinha alguma pergunta a resposta era aham (independentemente do que era perguntado). Se ele insistia demais, a resposta era: você quer continuar assistindo? Então fica caladinho senão vc não entende nada e fica me perguntando tudo. Agora eu consigo (mal e porcamente) ficar acordada até que chegue a hora dele dormir.

Ainda bem que a fase da irritação mortal também passou. Porque ele teve a audácia de aprontar uma DAQUELAS nesta fase e não foi legal. Mas também, quem não ia se irritar se abrisse a porta do quarto do filho e descobrisse que ele não só desobedeceu a sua ordem de não pintar com a tinta guache dentro de casa, mas também tivesse pintado o chão de verde e colado um monte de folhas de papel em cima pra disfarçar? Como isso não era suficiente (claro que não é, nunca), uma inspeçaõ mais cuidadosa revelou potes de danoninho escondidos embaixo de roupas e garrafas imundas de coca-cola (garrafas de vidro, quero frisar) escondidas no meio das gavetas da cômoda de brinquedos.

Como a fase super irritada já passou, ontem ele só ganhou um pequeno castigo quando eu recebi um bilhete da escola reclamando que ele anda tumultuando os ensaios da festa junina. Sorte dele...

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