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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Gravidez e a paciência de Jó


Acho que já falei isso aqui antes, mas como é assunto recorrente na vida da gestante, vai ser assunto recorrente aqui também. Grávida tem que ter paciência de Jó.

(Pausa para uma explicação: Jó é personagem do velho Testamento, que sofreu muito. De acordo com a história, Deus e o Diabo fizeram uma aposta e muito sofrimento foi imposto a Jó para ver se ele mantinha sua fé mesmo com todas as adversidades. Apesar de tudo, ele se manteve paciente, perseverante e fiel a Deus. Daí veio a expressão. Fim da pausa)

Bem diz nossa colega do Blog da Grávida, que precisamos ter um "filtro gestacional de ouvido".

Primeiramente, a grávida tem que ter um sorriso sempre guardado na bolsa, para usar nas horas em que escuta frases célebres, como "tem certeza de que aí só tem um", "essa barriga é de menino (a)", "você está com azia, o bebê vai ser cabeludo" e "nossa, você já tá quase parindo, né?", entre outras. Também tem que desenvolver um certo olhar meio perdido, algo meio como o Harry Potter fazia em uma aula chata que eu não me lembro mais, correndo o risco de acharmos que somos retardadas. Tudo bem, o que náo fazemos para manter nossa sanidade mental, não é? Esse olhar aí, juntamente com o item "entrar por um ouvido e sair pelo outro" é de grande importância, principalmente na hora dos conselhos "utéis", como "besteira não beber durante a gravidez, não faz mal", "quando eu estava grávida não sentia nada disso", "gravidez não é doença, você está é com frescura" e outros bem legais que seguem a mesma linha.

Outros itens que testam a paciência da grávida me foram lembradas por outras colegas. Uma tem uma sogra que é um "anjo", que cismou que o primeiro neto precisava ter o nome dos bisavós. Nomes horríveis, por sinal. Sorte que ela fez pé firme e disse que se ela queria uma homenagem, fizesse um busto e colocasse no jardim, que ela bancava a banda da inauguração. Essa mesma colega anda sofrendo com essa "amável" sogra, pois não pode nem se preocupar com a saúde do bebê que está na barriga, porque vai passar "maus fluidos" para o bebê. Como disse bem outra colega, se preocupação de mãe prejudicasse bebê, todos iam nascer tronchos, porque qual a mãe que não se preocupa??

A outra tem um blog muito legal e comentou o afã das pessoas em opinar sobre o nome do bebê. Basta ouvirem que o nome não foi escolhido pra começarem a desaguar em opiniões. Oi?? Alguém disse que tô querendo ajuda??

Tem ainda o lado familiar. O lado maternal então... elas ajudam que é uma beleza, mas o que precisamos ouvir em troca não está no gibi. A minha disse que não vou lavar as roupas da minha filha, porque vou enchê-las todas de pelinhos. Então tá, quero ver até quando ela vai aguentar ficar na minha casa lavando roupa. Na minha primeira gravidez, ferveu tanto as conchas de amamentação pra esterilizar que as derreteu.

E, para finalizar, vale lembrar que a partir da hora em que as pessoas descobrem que você está grávida, fazem as mesmas perguntas. Claro que é delicadeza delas, querem mostrar interesse e puxar assunto. Mas imagina passar por isso todos os dias, em todos os lugares em que você vai, por uns 5 ou 6 meses? "Tá com quanto tempo?", "É pra quando?", "Já sabe se é menino ou menina?". Ah, tem também as perguntas com resposta programada: "Como é que está esse bebezão?". "Como está essa barriga?".

Ah, quase que esqueço de uma coisa importante! Grávida que não gosta que peguem na barriga sofre muito, muito mesmo. Eu, particularmente, não me importo, apesar de achar meio desconcertante. Mas aquelas que não gostam muito de contato físico passam apertado, porque não há uma amiga que resista a passar a mão no barrigão. E quem sabe ainda não sentem uma mexidinha, de lambuja?

O jeito então é respirar fundo e aguentar firme, Principalmente porque depois que o bebê nasce a coisa piora...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Perguntas e mais perguntas

Todos os dias eu levo e trago o Vítor da escola. É um percurso de aproximadamente 15 minutos, no qual em um momento preciso atravessar uma BR em pleno horário de rush para poder pegar o retorno. Acredito que isso explique bem porque nem sempre estou disposta a responder perguntas que exijam respostas muito elaboradas.

É, porque corro o risco de parecer uma mãe exagerada, mas a verdade é que o Vítor tem cinco anos mas as perguntas dele as vezes são bem difíceis. E não adianta me dizerem que eu é que quero dar as respostas elaboradas não. Eu não quero nada, queria era dizer aham e pronto. Ele é um poço sem fundo pro conhecimento, dá nó em pingo d'água e exige ao máximo até das professoras. Basta dizer que ele é o único da sala dele que já está lendo. Além dele, só um outro coleguinha vai seguir o mesmo caminho até o final do ano. Lembrando que a professora tinha me dito que no ritmo que ele estava seguindo, seria no final do ano que ele estaria começando a ler...

Bem, mas vamos voltar ao motivo deste post. Estávamos voltando da escola hoje e ele começa com as perguntas:

- Se a mãe vai ao médico e descobre que o bebê não está bem, o que ela faz?

- Dependendo do caso, o médico resolve tirar logo o bebê da barriga. Muitas vezes ele sobrevive e não tem mais problema.

- Aí o bebê vai praquele negócio, né? A incubadora?

- É.

- Que eu sei o que é. É um aquário de bebês.

- Como assim?

- Não é cheio de água, que nem a barriga da mãe?

- Não, é um bercinho de vidro, com dois buracos do lado pras enfermeiras cuidarem do bebê.

- Mas a Alice já vai saber nadar quando nascer, né?

- Não, ela não vai. Mais tarde ela vai aprender, como você está aprendendo.

- Ué, mas ela não tá no meio do líquido na sua barriga?

- Está, mas lá dentro ela não respira. E aqui fora se ela for pra água vai ter que aprender a não respirar a água.

(pausa explicativa: vou pular aqui o pedaço em que explique como os cães já nascem sabendo nadar e o que é instinto, pq senão o post vai virar é livro e vou sair muito do assunto)

- E quando é que ela vai respirar? Ela não respira na sua barriga????

- Não. Eu respiro por nós duas.

- Como???

(pausa de novo. Vou pular também o pedaço em que explico como o ar que eu respiro vai pro sangue e etc e tal)

- Você lembra do cordão umbilical? Pois é. O sangue que leva o alimento pra ela, leva também o ar.

- Ah. Respirar é muito importante, né mamãe?

E eu aliviada porque parecia que o interrogatório finalmente tinha acabado:

- É, muito importante...

Graças a Deus ele não me perguntou porque o ar que a gente coloca pra fora é "sujo" (ele até chegou a perguntar se era como o que acontece com o cocô - que foi outra longa conversa), porque eu não estava nem um pouco afim de entrar nos conhecimentos de química, CO2 e tudo o mais! kkkk

E pra quem acha que realmente estou exagerando, que o menino não quer saber tudo isso não, agora tenho testemunhas. Já faz um tempo que ele anda me bombardeando com perguntas sobre polícia, coisas "simples" do tipo "Qual a diferença entre a Polícia Civil e a Militar", "por que a polícia militar não tem delegacia" e "o que faz a polícia federal". Aliás, ele anda paranóico com policiais, não pode ver um na rua que fica dando tchau desesperadamente, tô vendo a hora em que um vai me parar pra perguntar se não estou sequestrando esta criança. Acontece que o padrinho dele é policial e eu já ando avisando há um tempo que vou passar a peteca pra ele. Acho que ele não me levou muito a sério, porque quando veio aqui em casa e eu falei novamente, fez um sorriso do tipo "vai ser moleza" e colocou o Vítor no colo. Veio a primeira pergunta:

- Por que na sirene do carro de polícia, do lado das luzes azuis e vermelhas, tem uma outra luz redonda?

(e eu pensando: tem?? interessante, nunca vi!! kkk Mas fiquei quieta)

E o padrinho explica, pacientemente. Me distraí da conversa deles e de vez em quando eu ouvia uma ou outra questão, tipo "e a Polícia Especial faz o quê?". E fui reparando que o semblante do padrinho já era outro, como um professor se esforçando para procurar o melhor jeito de explicar algo a um aluno. Me deu vontade de rir. Mais tarde, vejo o padrinho falando pro meu pai:

- As perguntas dele foram passando do nível 1 pro nível 2, depois pro 3...

No final o menino já estava convidado pra conhecer o Batalhão em que o padrinho trabalha. E eu estou há exatos 3 dias sem ouvir nem uma perguntinha sobre polícia, que bom! :-)

Meu único medo é que, se as coisas estão assim agora, acho que daqui a alguns anos vou ter que andar com uma enciclopédia a tiracolo!

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